A Quaresma é o tempo santo de conversão e de renovação espiritual. Os temas da Liturgia da Palavra dos domingos anteriores apresentaram Jesus como a água viva e a luz do mundo. A deste domingo apresenta Jesus proclamando: “Eu sou a ressurreição e a vida.”
Esses três domingos constituem um estimulante itinerário batismal que remonta aos primeiros tempos do cristianismo quando, geralmente, os batismos eram administrados na celebração da Vigília Pascal. Depois de cerca de três anos de uma catequese bem estruturada, os catecúmenos (aqueles que se preparam para o batismo) percorriam, nas últimas semanas da Quaresma, as etapas finais de seu caminho, recebendo simbolicamente o Credo, o Pai-nosso e o Evangelho.
Eis por que, ainda hoje, a liturgia desses três domingos é caracterizada por textos do evangelho de São João, seguindo um antiquíssimo esquema: Jesus promete a água viva à samaritana, concede a visão ao homem nascido cego e ressuscita o amigo Lázaro. É clara a perspectiva batismal: mediante a água, símbolo do Espírito Santo, o fiel recebe a luz e renasce para uma vida nova e eterna.
No evangelho deste 5º Domingo da Quaresma (Jo 11,1-45), São João narra a ressurreição de Lázaro. Quando Jesus é interpelado pelas irmãs do morto por que não estivera antes em sua casa para impedir sua morte, Jesus afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.” A ressurreição de Lázaro foi apenas sinal de uma vida que não conhece mais a morte e que nasce em nós pela fé.
É importante recordarmos que a ressurreição nos é garantida pelo Batismo. É o momento em que recebemos a vida que não acaba mais. Por isso, na noite da Páscoa, ao renovarmos as promessas batismais, lembramos que a vitória da vida se manifesta em nós, pois Jesus é a ressurreição e a vida.