Deus revelou gradualmente sua face: primeiro na criação, depois a Abraão, em seguida aos outros patriarcas, por fim a Moisés. No Evangelho, há uma nova revelação de Deus que acontece em Jesus.
Neste 19º Domingo do Tempo Comum, na primeira leitura (1Rs 19,9-13), Deus se manifesta ao profeta Elias no Monte Horeb. Pela primeira vez, alguém compreendia que Deus não devia ser confundido com os fenômenos da natureza. Na segunda leitura (Rm 9,1-5), São Paulo manifesta sua tristeza ao constatar que, após tempo de pregações, quase trinta anos depois da ressurreição de Jesus, parte de seu povo não tinha aceitado o Messias como Deus de amor.
No evangelho (Mt 14,22-33), Jesus caminha sobre as águas ao encontro dos discípulos, que ficaram com medo julgando ver um fantasma. Só depois percebem a presença do Mestre que vem em auxílio deles, cuja barca está sendo agitada pelas ondas. Quando acalma a tempestade, reconhecem a face de Deus em Jesus.
Mais tarde, após a Páscoa, eles descobriram melhor a verdadeira identidade do Salvador e encontraram nele a força para vencer as dificuldades quando a comunidade cristã era agitada pelas ondas das perseguições dos pagãos ou pelas divisões e contrastes surgidos internamente.
Quantas vezes a barca da nossa vida também é agitada por ondas e ventos contrários: a falta de fé, a carência de misericórdia, a ausência do amor fraterno, as crises, o desânimo. Como os discípulos, também devemos implorar: “Salva-nos, Senhor!” E descobrir nele a face amorosa de Deus que vem em auxílio de seus filhos, revelando-se como o Pai amável e bondoso.