Em nota conjunta enviada ao governador do Estado de São Paulo, João Dória Júnior (PSDB), a presidência do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pastorais ligadas à educação e outras Pastorais e Organismos, através Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora do Regional Sul 1 (São Paulo) da CNBB, por meio do bispo referencial, Dom Julio Endi Akamine, manifestaram, na tarde de terça-feira (08), contra a abertura gradual na rede pública e privada no estado de São Paulo, de acordo com a posição da Pastoral da Educação deste Regional.
Assinam a nota o presidente do Regional Sul 1, Dom Pedro Luiz Stringhini; o vice-presidente da entidade, Dom Edmilson Amador Caetano; o secretário, Dom Luiz Carlos Dias; o bispo referencial Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora, Dom Julio Endi Akamine; o bispo Referencial pela Pastoral da Educação, Dom Tarcísio Scaramussa e o coordenador Regional da Pastoral da Educação, professor Luiz Antonio de Souza Amaral.
Leia a nota na íntegra.
São Paulo, 02 de setembro de 2020.
Exmo. Sr. João Doria Junior
DD. Governador do Estado de São Paulo
Dirigimo-nos a V. Excia. como Pastoral da Educação do Regional Sul 1 da CNBB, que reúne agentes de pastoral das 42 dioceses do Estado de São Paulo. Integrada por agentes que atuam diretamente no campo da educação, e por outros agentes de pastoral que assessoram e apoiam a missão educativa nas escolas, sentindo de perto as ansiedades e angústias de educadores e pais neste momento de pandemia, manifestamos nosso posicionamento contra a abertura gradual das escolas públicas e particulares a partir da próxima semana, para aulas presenciais, como está sendo noticiado.
Os coordenadores da pastoral da educação, representantes das dioceses do Estado, constatam a dificuldade das escolas de suas regiões em cumprir o protocolo de volta às aulas, anunciado pela Secretaria da Educação.
Consideram que as famílias e, principalmente, suas crianças encontram-se exaustas pela longa quarentena, porém julgam ser dever dos gestores públicos, coerentes com as posições de médicos e sanitaristas contrários ao retorno às aulas presenciais, tomar a decisão de manter as escolas fechadas.
Atribuir às famílias, contrárias à volta as aulas, a decisão de permitir aos filhos voltar às aulas presenciais é criar situação de conflito familiar. É compreensível que as crianças estejam cansadas e desejosas de retornarem ao convívio de colegas, assim como muitas famílias, mas sabemos muito bem que tem dificuldade em entender o risco a que se expõem de contágio com o coronavírus.
A abertura das escolas determinará maior fluxo de trânsito de pais e motoristas e do próprio sistema público de transporte, provocando diminuição significativa do necessário distanciamento social.
Reconhecemos a qualidade do protocolo para ser seguido na volta às aulas, bem como as arrazoadas questões que justificariam este retorno, mas a segurança na preservação da saúde das crianças, seus familiares e profissionais da educação justificam o sacrifício imposto pela pandemia, que ainda mata centenas de pessoas a cada dia em nosso Estado.
Cientes de estar colaborando pelo bem da sociedade ao manifestar nosso parecer a respeito de decisão tão importante, acrescentamos nossa prece para que Deus, Senhor da vida, ilumine as decisões de V. Excia.
Atenciosamente
Dom Pedro Luiz Stringhini
Presidente
Dom Edmilson Amador Caetano
Vice- Presidente
Dom Luiz Carlos Dias
Secretário
Dom Julio Endi Akamine Presidente
Comissão Sociotransformadora
Dom Tarcísio Scaramussa, SDB
Referencial pela Pastoral da Educação
Prof. Luiz Antonio de Souza Amaral
Coordenador Regional da Pastoral da Educação
Fonte: site CNBB Sul 1