“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Laudato Si: Uma boa notícia

Publicado em 26 de junho de 2015 - 14:39:42

A grande mídia internacional dedicou amplo espaço à promulgação da encíclica “Laudato si’”. As associações ambientalistas sustentam o compromisso ético do Papa. Cientistas e líderes religiosos em diálogo com Francisco relançam o apelo comum para uma ação urgente a fim de salvar o Planeta.

“Esta encíclica é uma obra prima do Papa Francisco, que tenho a alegria de partilhar!” Exclamou o cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência dos bispos da Alemanha. De fato trata-se de uma mensagem que fala à consciência do mundo e da Igreja. Um sinal forte que chega no momento certo!

Trata-se de uma mensagem fundamental, de um forte apelo para assumirmos as nossas responsabilidades diante dos grandes problemas ambientais e sociais que afligem a humanidade.

Seria muito redutivo considerá-la apenas uma “Encíclica verde”, pois ela entrelaça os problemas do meio ambiente com aqueles relacionados ao desenvolvimento dos povos e à paz mundial, em consonância com a doutrina social da Igreja.

Em 1891 o Papa Leão XIII enfrentou pela primeira vez as questões sociais para responder aos problemas surgidos pela industrialização no norte da Europa, João XXIII, em 1963, diante da ameaça de uma guerra nuclear entre dois blocos de nações fortemente armadas, escreveu a encíclica “Pacem in terris” sobre a necessidade e a urgência de desarmar os ânimos pelo espírito de paz e Paulo VI em 1967 abriu uma nova perspectiva relacionada ao desenvolvimento dos povos pela encíclica “Populorum progressio”, perspectiva essa ampliada e explorada pelos Papas João Paulo II e Bento XVI.

Papa Francisco inaugura com esta encíclica um novo campo de intervenção, o ecológico, relacionado com o autêntico progresso para a preservação da paz. Trata-se de uma fecunda e inovadora síntese que responde aos enormes desafios que a humanidade está enfrentando e que, se não encarados corretamente e com urgência, ameaçam o futuro do planeta e da humanidade.

“Laudato si’” é uma encíclica que traz em si elementos de absoluta novidade. Por exemplo, cita documentos de várias conferências episcopais no intuito de reforçar a comunhão do magistério episcopal e a valorização de trabalhos já realizados. Assume a salvaguarda da criação como eixo central de toda a encíclica. Valoriza a contribuição de fontes não apenas provenientes do magistério e da Bíblia, citando teólogos, cientistas e filósofos e reforça os laços ecumênicos dando amplo espaço ao empenho do Patriarca ortodoxo Bartolomeu I já conhecido e apreciado pelo seu magistério e pelo seu trabalho na defesa do meio ambiente. Logo depois da promulgação da encíclica ele declarou: "Além de qualquer diferença doutrinal que possa caracterizar as diferentes confissões cristãs e além de eventuais controvérsias religiosas que podem separar as várias comunidades de fé, a terra nos une de modo único e extraordinário. Todos somos responsáveis pela tutela e a conservação do planeta. Por isso esta encíclica é um apelo para que haja intervenções urgentes em favor do diálogo para iniciar a construção de novos processos educativos em condição de mudar a situação em que vivemos”.

O que caracteriza esta encíclica é sobretudo a preocupação pela casa comum com a conseguinte e corajosa denúncia de sua degradação, a denúncia da iníqua repartição dos bens, o apelo à solidariedade universal e à mudança de rumo da economia através de escolhas políticas corajosas rumo a uma economia équa e sustentável capaz de garantir dignidade a todos os seres humanos a partir dos últimos. L. Boff no primeiro comentário que fez à encíclica escreve: “Logo no início ela diz que ‘nós somos Terra’ (n. 2; cf.Gn 2,7), bem na linha do grande cantor e poeta indígena argentino Athaulpa Yupanqui: ”O ser humano é Terra que caminha, que sente, que pensa e que ama”. Talvez esta possa ser uma das chaves interpretativas da novidade trazida pela mensagem de Francisco.

Acolhamos esta novidade rumo a uma conversão bíblica, ecológica e ecumênica que a boa nova da criação anuncia e pede com urgência a todos os seres humanos!


Dom Francisco Biasin
Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ)

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