“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Chega a justiça

Publicado em 26 de novembro de 2015 - 09:02:40

O Advento abre as portas do coração humano para deixar nele entrar o coração divino, que traz a justiça ao planeta terra. O ser humano, em sua sede de infinito, só é saciado quando viver a justiça misericordiosa de Deus. A justiça humana é muito falha e incompleta, mesmo quando funciona como esteio de sustentação da convivência com promoção de vida digna.

O nascimento de Jesus entre nós, o Emanuel, ou Deus conosco, traz-nos a certeza de que o ser humano não está sozinho para solucionar seus desafios existenciais. O profeta lembra: “Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra... O Senhor é a nossa justiça” (Jeremias 33, 14). A característica da justiça divina é a da recompensa de quem é justo, com a permeação da misericórdia. A superação do “olho por olho, dente por dente” se dá no Filho de Deus. Ele vem nos ensinar a nova maneira de nos relacionarmos com o semelhante e formarmos verdadeira fraternidade. Os adversários não são inimigos. O diferente não é ameaça, mas valor com sabor não costumeiro para nós. Os sem nada são valorizados e colocados no centro da atenção para serem promovidos em sua dignidade. O dinheiro não compra tudo, nem é o principal agente de solução dos problemas humanos. A riqueza da justiça misericordiosa está na prática da alteridade que leva a pessoa a ser humana e compassiva para com o semelhante. A subjetividade exagerada é cúmplice do descaso para com o outro.

O Natal de Jesus não é simplesmente um dia de festa, mas a celebração do acontecimento da intervenção de Deus na história humana, dando oportunidade à implantação de um novo sistema de convivência. Este está baseado na valorização da vida para ela produzir justiça, solidariedade, misericórdia e paz. Não se pode deixar passar em branco a celebração da vinda do Filho de Deus com a aceitação de sua presença em nossa gruta existencial. Teremos sua iluminação para encetarmos o novo caminho da vida de sentido. Nascemos para amar e dar vida como Jesus. Aceitando seu desafio de também ofertar nossa existência para um convívio que marque nossa caminhada com a brasa do amor divino, consertamos nossa ação no planeta, com a nova mentalidade e a prática da justiça amorosa de Deus.

Neste tempo de expectativa e verdadeira preparação para a celebração do nascimento do Verbo Divino entre nós, somos convidados a meditar melhor na Palavra de Deus, a intensificar a oração e até fazer a novena do Natal em família ou em comunidade, além da conversão de vida com reforços espirituais. Isso nos enriquece como pessoas de valor humano e cristão. Temos, assim, meios para acentuarmos em nós a mentalidade e a prática do amor misericordioso e justo, trazido com o sabor divino de Cristo entre nós.

Abster-nos de excessos de coisas materiais nos envolve numa ascese ou exercitação na prática do bem, da caridade e da ternura. Assim nos relacionamos com o semelhante, através do sentido da vida assumido e ensinado pelo Filho de Deus. 

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros

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