O segundo capítulo do documento 107 narra a história do processo da iniciação cristã, que defende a necessidade da conversão, a partir do encontro pessoal com Jesus. O encontro com Jesus provoca o acolhimento para fazer acontecer uma mística, sem rigorismo, assumindo o jeito de ser de Jesus e entregar-se com amor e alegria à missão de catequizar. Será muito proveitoso ao catequista conhecer os documentos da Igreja.
Animados pela narrativa do encontro de Jesus com a samaritana, a Igreja, que somos todos nós que O seguimos, é chamada, hoje, a promover um novo encontro luminoso, um novo diálogo, com novos interlocutores, reconhecendo que nos encontramos num momento histórico de transformações profundas e de interlocuções novas. Não estamos partindo de zero. Há um passado que pode nos impulsionar a buscar, constantemente, novos caminhos para que cheguemos a viver, com autenticidade e zelo ardente, o seguimento de Jesus, a partilhar com Ele a missão de fazer acontecer o Reino, no mundo de hoje.
Jesus formou discípulos e discípulas, instruindo-os com a sua original atitude de acolhida, de compreensão e de valorização das pessoas, principalmente as marginalizadas. A vida de Jesus transformou de tal modo essas mulheres e esses homens que, aos poucos, foram compreendendo que a salvação cristã é vida concreta, existência cotidiana de relação pessoal com Deus e com os irmãos e irmãs. Por aí passou a formação progressiva de novos discípulos. Nesse processo, contavam sempre com a ação do Espírito Santo, presente no testemunho de vida dos que já faziam parte das comunidades cristãs.
O Concílio Vaticano II (1962-1965) nos convidou a procurar novos caminhos para a transmissão da fé, em nosso tempo, recomendou oficialmente a restauração adaptada do Catecumenato. Além disso, prescreve a elaboração de um diretório de formação catequética. Este desafio deu origem a uma série de iniciativas renovadoras em muitas dioceses, paróquias e comunidades, por parte de leigas e leigos, consagrados e ministros ordenados, compromissados com a renovação pastoral da iniciação cristã.
O evangelho não mudou, mas mudaram os interlocutores. Jesus nos convida a sair, a escutar, a servir, num movimento de transformação missionária de nossa Igreja. Esta atitude exige estarmos atentos aos sinais dos tempos. O processo é de escuta e atenção aos clamores do povo. Voltando-nos assim para a “Samaria” dos nossos dias, como fez Jesus, abrem-se novos espaços, livres, críticos, comunitários e fraternos, de onde a fé cristã pode emergir, com uma renovada pertinência, na busca de mais humanidade e de melhor qualidade de vida, com um profetismo especial que responda às necessidades da nossa realidade. Fazer da Igreja uma casa da Iniciação à Vida Cristã é um caminho necessário para a evangelização no contexto atual e deve ser assumido por toda a comunidade.
Maria Santíssima, primeira catequista, guiai os caminhos da história para que todos vivam a conversão, a partir de um encontro pessoal com Jesus!
Diácono Florivaldo Bertoletti
Coordenador Diocesano da Pastoral da Iniciação à Vida Cristã