Inciando o mês de junho em clima de Pentecostes. Os apóstolos estavam reunidos em oração à espera da realização da promessa de Jesus: “O Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem minhas testemunhas”.(At,1,8) Estando, eles, de portas fechadas por medo, de repente, o sopro do Espírito tomou conta da comunidade e perceberam que deviam abrir as portas e anunciar Jesus A partir de então, com a força do Espírito Santo nada mais temeram. Deram testemunho de Jesus entregando a própria vida.
Madre Cecília sempre foi muito devota do Espírito Santo. Vários fatos comprovam sua verdadeira devoção que se manifestava nas suas atitudes, na sua vida de doação, na sua oração constante, e sua docilidade às inspirações interiores. Era de verdade uma vida devotada a Deus, deixando-se conduzir por Ele.
“Sua devoção ao Espírito Santo, mais que devoção de oração, era um estar atenta aos planos de Deus em sua vida. Foi por isso que renunciou ao seu primeiro desejo de ser religiosa, aceitando o casamento em obediência ao seu pai, acreditando ser vontade de Deus.
Mais tarde, viúva, continuou firme na oração e na atenção ao Espírito Santo, sendo fiel à sua missão de mãe, cristã e educadora de três filhos, sustendo-os com seu trabalho de costureira. Foi neste tempo que descobriu a Ordem Franciscana Secular como um meio de viver a vida cristã com seriedade, de forma concreta, generosa e integral.
Enfim, soube perceber a inspiração de Deus para viver, junto com outras companheiras, uma vida de trabalho, oração e missão. E na sequência de fidelidade, quase sem perceber, tornou-se Fundadora de uma Congregação”. (Frei Patrício Sciadini)
Frei Patrício intuiu muito bem a vivência da Madre Cecília na sua vida de doação, silêncio, oração, abnegação, sacrificando-se pela obra que fundara e atendendo aos apelos de Deus a partir das necessidades da sua época, com as crianças, os pobres, os doentes, os leprosos, e os presos, fruto da sua vida de contemplação. Exemplo disto são as orações que nos deixou por escrito, como prova de sua verdadeira intimidade com Deus, consciente de ser morada da Santíssima Trindade.
Um fato registrado nos primeiros escritos sobre a vida e obra da Madre Cecília trazem à tona seu amor ao Espírito Santo. Estando já no Chalé há vários anos, encontrou no chão uma medalha do Espirito Santo. Não conseguindo saber de quem seria, sentiu grande alegria, pensando que o Espírito Santo quis mesmo doar-se a ela. Como mãe que era, não podia ficar só para si aquele presente vindo do céu. Pediu à superiora Geral que providenciasse uma medalha do Espírito Santo para todas as Irmãs, recordando a aprovação da Congregação pela Igreja, com o “Decreto de Louvor”. Este fato nos faz pensar que sua intenção era mesmo que as Irmãs sempre se lembrassem da presença do Espírito Santo.
Passados alguns meses, sendo visitada por uma conselheira Geral, Madre Cecília, lhe perguntou se havia recebido a medalha do Espirito Santo que pedira para distribuir. À resposta afirmativa pediu para ver e disse brincando: “-O meu é mais bonito!...”
Nunca mais deixou de carregar consigo aquela medalha, e quando já acamada, ao trocar de roupa pedia logo: “-E o meu Espírito Santo?
Com certeza sentia-se movida pelo Espírito Santo, também quando abençoava as pessoas, desejando sobretudo que elas fossem santas. Na verdade, Ele é o santificador, o consolador, Aquele que conduz nossos corações a uma vida de santidade. Sem Ele nós nada podemos, como nos diz Paulo: “...ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum”. (1Cor.12,3-7)
Nós também, como Igreja, vivemos em um permanente Pentecostes. Viver em tempo de Pentecostes é acolher esta força, esta audácia, esta iluminação do Espírito Santo para continuarmos a missão de Jesus. O fogo de Pentecostes continua aceso na Igreja, impulsionando-a a ir até os confins da terra. Nós, somos membros desta Igreja Missionária, somos convidados a sair do nosso pequeno mundo, a abrir as portas do nosso coração e nos sentirmos pertença desta corrente missionária.
Rezemos com a Madre Cecília na ianterioridade do nosso coração e recebamos a sua bênção:
ORAÇÃO À SANTÍSSIMA TRINDADE
Santíssima Trindade, estando presente na minha alma pela vossa graça, eu vos adoro.
Santíssima Trindade estando presente na minha alma pela vossa graça, fazei que eu vos ame sempre mais.
Santíssima Trindade, estando presente na minha alma pela vossa graça, fazei que eu seja santa.
Ó Maria, fazei que eu viva, em Deus, com Deus e para Deus. (M.Cecília)
“Deus te abençoe, meu filho(a), seja devoto(a) do Espírito Santo. Deus te faça santo(a). Mais que isto não desejo”.
Ir. Irma Madalena Calgarôto
Centro de Espiritualidade e Missão Madre Cecília R. Boa Morte 1955. Piracicaba/SP.
Telefone (19) 3371-1328 E-mail:mcecilia.processo@fcmaria.org.br