“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Comunidades Eclesiais Missionárias

Publicado em 6 de maio de 2020 - 11:22:33

As novas diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (CNBB, doc. 109) foram estruturadas tendo como referência a imagem da Igreja como uma Casa, um lugar de acolhimento e envio, de entrada e de saída, um Lar. “Criar ‘um lar’, em suma, é criar uma família; é aprender a se sentir unidos aos outros mais além dos vínculos utilitários ou funcionais, unidos de tal maneira que sintamos a vida um pouco mais humana. Criar lares, ‘casas de comunhão’, é permitir que a profecia tome forma e torne as nossas horas e nossos dias menos inóspitos, menos indiferentes e anônimos. É tecer laços que se constroem com gestos simples, cotidianos e que todos nós podemos realizar” (Papa Francisco, Christus Vivit, nº 217).

“A Casa é a imagem do que as Diretrizes chamam de comunidades eclesiais missionárias” (DGAE 2019-2023, p. 08). A Igreja é comparada à figura da casa porque é a “imagem de maior proximidade das pessoas, o lugar onde vivem, mesmo aquelas que só têm a rua como casa. Ela indica a proximidade relacional entre as pessoas que ali vivem. Indica igualmente a necessidade da Igreja se fazer cada vez mais presente nos locais onde as pessoas estão, seja onde for” (DGAE 2019-2023, nº 06).“Essa casa é a comunidade eclesial missionária. Suas portas estão continuamente abertas para o duplo movimento permanente: entrar e sair. São portas que acolhem os que chegam para partilhar suas alegrias e sanar suas dores. Estão igualmente abertas para sair em missão, anunciando Jesus Cristo e seu Reino, indo ao encontro do outro, especialmente dos pobres e sofredores” (DGAE 2019-2023, nº 07).

As DGAE 2019-2023 apresentam-nos a imagem desta Casa edificada em 4 pilares de sustentação: 1º) “Palavra” (iniciação à vida cristã e animação bíblica); 2º) “Pão” (liturgia e espiritualidade); 3º) “Caridade”(serviço à vida plena); 4º) “Ação Missionária” (estado permanente de missão).

A “conversão pastoral” idealizada por Bento XVI e sonhada pela Conferência de Aparecida (2007) é ainda uma meta a ser alcançada: “esta conversão implica a formação de pequenas comunidades eclesiais missionárias, nos mais variados ambientes, que sejam casas da Palavra, do Pão, da Caridade e abertas à Ação Missionária” (DGAE 2019-2023, nº 33). Uma Paróquia precisa ser compreendida como “Comunidade de Comunidades”, uma rede de pequenas comunidades vivas e dinâmicas que favorecem a transmissão da fé (cf. VII Plano de Pastoral, nº 18).

Segundo o relatório da pesquisa de avaliação do VII Plano de Pastoral (2017-2018), a Diocese de Piracicaba conta com 343 grupos de Pequenas Comunidades, assim distribuídas nas suas Regiões Pastorais: 141 (Piracicaba 2), 61 (Piracicaba 1), 55 (Rio Claro), 51 (Santa Bárbara), 24 (São Pedro) e 11 (Capivari). A região pastoral Piracicaba 3, na ocasião, não soube informar o número existente de Pequenas Comunidades.

Nestas Paróquias, os cristãos leigos e leigas que vivem em pequenas comunidades eclesiais missionárias, reúnem-se, semanalmente, para um momento de oração, catequese permanente, edificação espiritual e solidariedade social, e realizam um apostolado missionário junto às famílias do seu território paroquial; saem e vão ao encontro dos afastados, embora este ainda seja um processo com momentos de êxitos e insucessos. Na Diocese de Piracicaba, estas pequenas comunidades superam os grupos de reuniões sazonais (50,9%) que se reúnem apenas durante a novena de Natal (Advento) e a Campanha da Fraternidade (Quaresma). Estas pequenas comunidades nos ensinam que não se pode viver a fé cristã de modo isolado e intimista, mas comunitário, em pequenas “comunidades eclesiais missionárias”, Igreja que somos chamados a ser cada vez mais!

Pe. Kleber Fernandes Danelon
Mestre em Liturgia pela PUSC, em Roma, e Coordenador Diocesano de Pastoral
 

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