Como estamos na reta final da etapa dos estudos em Roma, foi nos solicitado uma palavra a respeito da experiência aqui vivida nestes quase um ano e meio que aqui permanecemos. Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer a nosso bispo Dom Fernando Mason e a Diocese de Piracicaba por terem proporcionado a possibilidade de estarmos aqui, em Roma, aprofundando-nos nos estudos da História da Igreja. Também agradecemos aos padres, diáconos e amigos que muito nos apoiaram nesta iniciativa.
Falando de nossa vinda a Roma para os estudos, nesse período de cerca de dois anos, uma das coisas que mais nos tocou, quando aqui chegamos e mesmo durante o transcorrer do tempo, foi a possibilidade de estar bem próximo do papa (celebrações ocorridas no Vaticano) e das realidades eclesiais não só da Itália e Europa, mas em nível mundial, por meio da imprensa pública e da oficial do Vaticano (Vaticannews).
Outra coisa de positivo é a facilidade que temos, através de visitas a museus, igrejas, catedrais, de entrar em contato direto com a arte, cultura e todo o rico patrimônio histórico que marcaram não só a história da Igreja, mas da própria sociedade ocidental como um todo.
Quanto aos estudos, pudemos nos aprofundar em determinado assunto, tendo à disposição vastas bibliotecas, professores especializados, além, é claro, de poder acompanhar os debates atuais da Igreja quanto à teologia, direito canônico, aspectos doutrinais e pastorais.
Nos períodos de quaresma e recesso acadêmico (Natal e Semana Santa), foi nos oferecido a oportunidade de realizarmos algum trabalho pastoral (atendimento de confissões, celebração de missas, benção de casas) nos santuários e paróquias da Itália, o que nos colocou em contato com realidades eclesiais, bastante distintas das que conhecemos no Brasil. Isso fez com que pudéssemos ter uma visão mais crítica da vida da Igreja e do trabalho pastoral que se faz aqui e no Brasil, nos seus aspectos positivos e negativos.
E como a vida é feita também de desafios, não poderíamos deixar de mencionar algumas dificuldades que aqui encontramos como o aprendizado de uma nova língua e a adaptação a outra cultura, a grande quantidade de livros que precisamos ler em pouco tempo, o rigor dos trabalhos acadêmicos e os exames de fim de semestre que exigem de nós a máxima dedicação. Digno de menção é a saudade que sentimos das pessoas queridas, das realidades próprias da Igreja no Brasil (comunidades vivas) e da cultura brasileira em geral.
Buscando fazer um balanço geral, podemos dizer que a experiência tem sido bastante positiva. Deixando de lado as dificuldades próprias de se encontrar fora de seu próprio contexto eclesial e pastoral (Diocese de Piracicaba), acreditamos que essa etapa de aprofundamento nos estudos nos levou a crescer não só intelectualmente, mas como pessoa, como cristão e, principalmente, como presbítero. Exigiu de nós muita fé, compromisso, dedicação e humildade, visto que precisamos iniciar toda uma nova caminhada de vida, sem muita noção do que iríamos encontrar pela frente.
Ao retornarmos para o Brasil e recomeçar nossa ação pastoral, esperamos fazer uso de toda bagagem de conhecimento que aqui adquirimos. Que Deus nos ilumine e ajude a colocarmos em prática nossos bons propósitos.
Pe. Paulo Sérgio Carlos
paulocchristi05@gmail.com