“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Qual o significado do incenso na missa?

Publicado em 18 de dezembro de 2019 - 17:09:13

“Qual o significado do incenso na missa?”
(Anderson Vaz, 36 anos de idade, Piracicaba/SP)


Desde o século IV, a Igreja Católica, costumeiramente, aos domingos e nas grandes solenidades (Instrução Geral do Missal Romano, 119), utiliza o incenso na Santa Missa e noutras celebrações especiais.

O incenso (resina aromática que é queimada em brasas) não é usado para “atrair bons fluídos”, mas como símbolo da oração da Igreja (Ap 5,8 e 8,3-5) que sobe à presença de Deus: “Suba minha oração como incenso na tua presença; a elevação das minhas mãos, como sacrifício vespertino” (Sl 141,2).“Queimar incenso é ato de adoração e equivale à oferta de um sacrifício. O perfume nele acrescenta um elemento jubiloso, alegre, de satisfação e de beleza” (S. Rosso, Dicionário de Liturgia, p. 340).

O incenso foi um dos presentes que os magos do Oriente ofereceram ao Menino Jesus (Mt 2,1-12), quando foram ao seu encontro e, de joelhos, se puseram a adorá-lo. Na Bíblia, fala-se da tradição da oferta do incenso durante os sacrifícios antigos (Êx 30,1, Pr 27,9 e Is 1,13). Hoje, ele é usado pela liturgia cristã como sinal de “oblação, reverência e oração” (IGMR, 75 e 276).

Na celebração da Santa Missa, é utilizado, em vários momentos, (IGMR 276) para incensar o altar, a cruz, as oferendas, o Santíssimo Sacramento (pão e vinho eucarísticos), o Evangeliário (livro dos Evangelhos), o bispo celebrante, os sacerdotes concelebrantes, o povo, e, ainda, algumas imagens, tais como de Nossa Senhora ou do(a) Santo(a) festejado(a) naquela celebração.

É usado também na Liturgia das Horas, na Adoração ao Santíssimo Sacramento, nas exéquias e na cerimônia de dedicação de igreja e altar. Nessa última celebração, incensam-se o novo altar, as relíquias dos santos e mártires, os fiéis e as paredes da igreja, “para significar que o sacrifício de Cristo, que aí se perpetua de maneira sacramental, sobe para Deus em odor de suavidade, mas também para exprimir que as orações dos fiéis sobem até o trono de Deus, por Ele aceitas e a Ele agradáveis. A incensação da nave da igreja indica que ela, por meio da dedicação, se torna casa de oração. Mas, em primeiro lugar, se incensa o povo de Deus, pois ele é o templo vivo, no qual cada fiel é altar espiritual” (Ritual de Dedicação de Igreja e Altar, nº 9-10). Bem significativa é a oração que acompanha o rito da queima de incenso sobre o altar: “Suba até vós, Senhor, a nossa oração como incenso na vossa presença e, assim como esta casa se enche de suave presença, a vossa Igreja exale o bom odor de Cristo”. Nos ritos exequiais, pode-se incensar também o túmulo e o corpo da pessoa falecida, para nos recordar a sua “dignidade de templo de Deus”: o seu corpo foi templo do Espírito Santo e agora é destinado à ressurreição final.

Pe. Kleber F. Danelon
Mestre em Liturgia pela PUSC, em Roma,
e Coordenador Diocesano de Pastoral 

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