“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Novos cardeais para uma Igreja missionária

Publicado em 4 de julho de 2018 - 14:25:38

No dia 28 de junho passado, o Papa Francisco presidiu mais um Consistório público na basílica de S.Pedro para a criação de 14 novos cardeais. A acolher os novos membros do Colégio Cardinalício, estavam presentes a maioria dos cardeais do mundo inteiro. Do Brasil, éramos 5.

É interessante notar a proveniência dos novos cardeais: 4 colaboram diretamente com o Papa na Cúria Romana; 3 são da Ásia; 1 é da África; 3 são da América Latina; 3 trabalham em diversos países europeus. Três dos neo-cardeais já superaram 80 anos de idade e 11 integram o Colégio de eleitores num eventual Conclave.

Seguindo a prática já presente nos Consistórios mais recentes, Francisco confirmou o seu olhar para as “periferias” do mundo e da Igreja, chamando bispos de países com pouca presença católica para integrarem o Colégio Cardinalício, como o Patriarca do rito caldeu, do Iraque, o arcebispo de Karachi (Paquistão), o arcebispo de Osaka (Japão) e o de Toamasina (Madagascar).

Essas mesmas nomeações também revelam a preocupação missionária de Francisco e sinalizam para uma “Igreja em saída missionária”, ao encontro dos povos e das culturas diversas. Por aí também se pode compreender como neste grupo de novos cardeais ainda não foram incluídos os arcebispos de sedes importantes, como Milão, Veneza, Turim e Paris. Delineia-se, assim, cada vez mais, o rosto universal da Igreja Católica também no Colégio Cardinalício.

Na América Latina, com a nomeação cardinalícia do arcebispo do Huancayo (Peru) e do Prelado emérito de Corocoro (Bolívia), configura-se um rosto mais amazônico e indígena da Igreja.

O Evangelho Da celebração do Consistório tratava da subida de Jesus a Jerusalém para enfrentar o drama de sua paixão, enquanto os discípulos, atrás ele, vão discutindo sobre qual deles é o mais importante e quem deveria ocupar os lugares de maior destaque ao lado do Mestre (cf Mc 10, 32-45). Na sua homilia, o Papa Francisco recordou que o chamado a ser cardeal não equivale a um prêmio por uma carreira bem sucedida, nem é uma promessa de honrarias e privilégios, mas é uma chamado a servir mais e para assumir maiores responsabilidades na promoção da vida e da missão da Igreja, em comunhão com o Sucessor de Pedro.

A cena do Evangelho fala da discussão entre os discípulos, movidos por ciúmes, vaidades e sede de poder e privilégios. “Pode acontecer também hoje nas nossas organizações eclesiais”, observou o Papa. Com as palavras de Jesus aos discípulos – “não será assim entre vós”, o Francisco recordou que a Igreja não pode ser movida pela busca de poder e vanglória; ela não pode ser auto-referencial, nem deve ficar centrada em si mesma, mas voltar-se inteiramente para o Cristo e para o Evangelho em função do bem da humanidade e da glória de Deus.

Ao entregar o barrete vermelho a cada novo cardeal, o Papa lembrou o significado desse sinal da dignidade cardinalícia: o novo cardeal deve “estar disposto a comportar-se com fortaleza, até à efusão do sangue, em vista do crescimento da fé cristã, da paz e da tranquilidade do povo de Deus, da liberdade e a difusão da Santa Igreja Romana”. A entrega do anel cardinalício foi acompanhada por estas palavras: “recebe o anel da mão de Pedro e sabe que com o amor do Príncipe dos Apóstolos se fortalece o teu vínculo de amor para com a Igreja”. Os cardeais são unidos estreitamente com o Sucessor de Pedro, com quem colaboram na sua solicitude por todas as Igrejas.

Essa estreita comunhão com a missão universal do Papa não se restringe a uma eventual participação num conclave para a eleição de um novo Papa. Ela se expressa na colaboração efetiva com o ministério petrino do Papa nos múltiplos serviços da Cúria Romana e na implementação das diretrizes universais emanadas pelo Papa. Francisco recordou ainda o que Jesus ensinou aos discípulos: o maior entre vós é aquele que serve mais. E quem quiser ser o primeiro, coloque-se a serviço de todos (cf Mc 10, 43-45).

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP) 

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