“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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As flores da princesa Diana

Publicado em 22 de agosto de 2017 - 13:52:52

“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade” (Ecle 1,2). Essa é a ideia geral do livro do Eclesiastes, escrito no terceiro século antes de Cristo. A visão do autor (desconhecido) é um tanto pessimista, é verdade. Mas seu objetivo é claro: mostrar que a vida neste mundo passa; portanto, devemos aproveitá-la para construir nossa eternidade.

Lembrei-me desse livro bíblico diante da proximidade do aniversário (20 anos) da morte da Princesa Diana. Não tenho o direito de fazer um julgamento sobre a sua vida. O que escrevo, pois, é tão somente uma tentativa de, a partir de sua existência, tirar lições para a minha vida. Por sinal, acaba de sair na Itália o livro: “L´ultimo segreto di Lady Diana” (L. Regolo), que destaca as transformações ocorridas nos anos que se seguiram à sua separação matrimonial. Ela passou a abraçar e a incentivar grandes causas, como a dos sem-casa, das crianças doentes e órfãs, dos que têm o vírus HIV-Aids, da eliminação das minas explosivas em Angola etc.

Uma revista de circulação nacional publicou, anos atrás, duas fotos. Uma era do palácio onde a Princesa morava, tirada no dia seguinte ao acidente que sofreu: parecia um jardim imenso, tantas eram as flores. A outra foto, do mesmo local, tirada alguns anos depois, num dos aniversários de seu falecimento, mostrava que as flores ali colocadas ocupavam um pequeno espaço. O título das fotos era ilustrativo: “O ocaso da Memória”. A verdade é inexorável: ano após ano diminuirão as flores, as lembranças, o espaço que jornais, revistas e noticiários de TV dedicarão à Princesa que encantou o mundo com sua beleza. “A figura deste mundo passa” (S. Paulo, 1Cor 7,31).

Deus seja misericordioso com essa sua filha. Não temos o direito de julgá-la e, menos ainda, de condená-la. Cabe-nos, sim, tirar lições de sua morte trágica – lições de sabedoria.

Primeira lição: recebemos um dom do Senhor – a vida. Ela é preciosa demais para a gastarmos com futilidades. Vale dar atenção à frase do autor do Eclesiastes: “Teme a Deus e observa seus preceitos; é este o dever de todo homem. Deus fará prestar contas de tudo o que está oculto, todo ato, seja ele bom ou mau” (Ecle 12,13-14).

Segunda lição: em dois mandamentos se resumem a Lei e os profetas: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda tua alma e de todo teu espírito… Amarás teu próximo como a ti mesmo”. Não levaremos para a eternidade medalhas, apartamentos, placas, fazendas ou gordas poupanças. Só levaremos o amor.

Terceira lição: “Está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9,27). Como não haverá a possibilidade de refazermos nossa vida, aprendamos as lições deixadas por aqueles que nos antecederam.

Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de Salvador 

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