“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Notícias da Diocese

Dimensões da Economia de Francisco diante da Realidade Social na Cidade de Piracicaba e Região

Publicado em 5 de janeiro de 2021 - 15:02:29

No período de 19 a 21 de novembro de 2020, mais de 2000 jovens, de 115 países, participaram do encontro virtual “A Economia de Francisco”. Diante da atual desigualdade social e da visível devastação do planeta, o Papa Francisco convocou jovens economistas e empreendedores de todo o mundo para, junto com ele e diversos palestrantes convidados, pensar uma nova economia na ordem mundial.

Flávia Mengardo Gouvêa de 33 anos, foi uma das jovens brasileiras que representou a Diocese de Piracicaba no evento. Formada em Relações Internacionais e mestre em História, pela UNESP-Franca, além de MBA em Gestão de Negócios pela USP, Flávia explica que foi uma grande oportunidade para trocar experiências e pretende partilhar as informações colhidas, durante o encontro, para sala de aula, visto que, atualmente, é docente na área de economia.

A partir das propostas da Economia de Francisco, o movimento do qual Flávia participa elaborou uma carta aberta aos prefeitos dos 15 municípios que compõem a Diocese de Piracicaba.

Segue abaixo a carta na íntegra. Também é possível assinar a carta e apoiar a iniciativa no link bemdobrasil.com.br


Dimensões da Economia de Francisco diante da Realidade Social na Cidade de Piracicaba e Região

Carta aberta aos Prefeitos Eleitos


É inegável que vivemos uma profunda crise civilizacional. A política econômica tem colocado os interesses econômicos acima da vida. É como se cada indivíduo existisse apenas para atender e servir ao mercado, que é compreendido como uma entidade sobrenatural, com vontade própria.

Há uma verdadeira idolatria do mercado, que se tornou um deus. Incapaz de perceber as pessoas, em sua dimensão mais humana e real, a economia neoliberal apenas enxerga o lucro e as possibilidades de acumulação de dinheiro e bens de capital. O Estado precisa suplantar as desigualdades sociais, de maneira a cuidar de seus cidadãos. É uma economia sem coração, alheia a qualquer sentimento de humanidade.

Neste contexto, o Papa Francisco lançou um apelo – vamos RE-almar a economia, e trazer a humanidade e a fraternidade social para o centro de todas as dimensões da vida. As sociedades são desafiadas a conceber outras formas de organização. É tempo de repensar a existência, em sua singularidade ética, mas também as estruturas sociais, na dinâmica das articulações no campo da política, compondo uma sociabilidade aberta, solidária, sustentável e complexa.

Na esfera política, a expectativa é que sejam edificadas estruturas sociais pautadas na justiça e no direito, capazes de suplantar formas arraigadas de exploração e opressão.

Uma sociedade onde caibam todos, voltada para o bem coletivo, alicerçada a partir do programa dos direitos humanos. Na elaboração desse novo tempo, não se pode esquecer que torna-se fundamental iniciar o processo de transição ecológica, reconfigurando o padrão de desenvolvimento. É preciso agora um desenvolvimento que parta da concepção de que existe um vínculo profundo entre a vida humana e a natureza. A visão da ecologia integral, alertando sobre a indissociabilidade entre o humano e a natureza, deve conduzir a noção cultural de desenvolvimento.

O fomento de políticas nas áreas sociais, de economia e de saúde só se torna possível com a presença de um Estado atuante, com governos que tragam para si a responsabilidade de garantir a proteção e a promoção dos vários grupos, principalmente dos que se encontram em situação de maior vulnerabilidade.

A percepção de que a vida se define por sua complexidade, talvez seja o ponto de mutação para uma nova aurora. A vida revela-se como um delicado, frágil e intrincado entrelaçamento. Há uma solidariedade profunda, que nos lança ao outro, exigindo gestos de cuidado e compaixão. As graves desigualdades sociais já alcançaram um nível insuportável. É preciso agora avançar e construir, politicamente, um mundo de equidade, capaz de reconhecer a dignidade de cada pessoa.

O município, espaço onde a vida real e cotidiana acontece, é o lugar privilegiado para começar a semear o novo tempo, que deve ser demarcado pela cultura do bem viver. Economia solidária; fortalecimento da democracia, com ampla participação popular; diálogo profundo com a natureza e um mergulho radical nos dramas do mundo para conhecer o próximo – acalentando a profunda empatia – sinalizam para este processo de reconstrução humana e social. Eis as diretrizes éticas para os projetos políticos que se apresentam na cidade.

Sob essa perspectiva de realidade presente, e pensando no futuro que queremos construir para essa geração, e não apenas para as próximas, é que demandamos o compromisso firme de cada um dos prefeitos eleitos nessa região de Piracicaba, nossa base de lançamento para um Brasil de cidadania. Estamos em sintonia com o movimento pela Economia de Francisco, uma iniciativa do Papa Francisco para promover um processo de mudança global. Esta iniciativa foi respondida em todo o mundo com entusiasmo, e em nossa região não é diferente.

Desde aqui somos um movimento suprapartidário, ecumênico e aberto ao diálogo, com muita vontade de propor e contribuir na construção de uma sociedade mais justa. A Economia de Francisco é formada por todas e todos aqueles que na sua vida diária desejam trabalhar na mudança de paradigma econômico em que vivemos.


Economia de Francisco Brasil – Piracicaba e região. 

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